quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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Teorias e Modelos de comunicação
Conceitos Essenciais
Epistemologia da comunicação – (Epistema = Conhecimentos e Logia = falar acerca de). A ciência do conhecimento que reflecte sobre a forma como o homem pensa. No caso concreto da comunicação, faz a reflexão racional de como, porque, e para que comunicamos.
Entropia – Teoria do caos que promove a reflexão a vários níveis, filosófico, científico económico e outros, em que na teoria da informação existem fenómenos não deterministas com diferentes padrões de complexidade. Neste caso, os sistemas entrópicos representam esses padrões mais complexos, por sua vez, mais informativos.
Redundância – Teoria antagónica da entropia que promovem a reflexão nos mesmos níveis acima referidos, e representam os sistemas mais simples na comunicação, promovendo a sua previsibilidade e repetição.
Ruído – são os elementos que complicam ou impedem o perfeito entendimento de uma mensagem. O ruído pode ser objectivo quando é constituído por objectos reais como o barulho, máquina a trabalhar, outra pessoa a falar ao mesmo tempo. Pode ser subjectivo quando a mensagem é carregada de grande subjectividade, permitido que a compreensão do emissor seja diversa de quem a capta e vice versa. As barreiras culturais e linguísticas também são reconhecidos como ruídos da comunicação.
Informação – do latim in + formare = dar forma. É difícil definir o campo conceptual desta palavra, devido às constantes reinterpretações semânticas que sofreu na história. No entanto, arrisco num binómio semântico e forma em que a informação é a forma de transmissão de mensagens que difundem todo o conhecimento que a humanidade acumulou na sua tradição, cultural e patrimonial, tendo em vista uma projecção do futuro.
Comunicação – Do latim “Communio” cujo significado é comunidade. O conceito está intimamente ligado á reflexão das relações, sejam elas pessoais, físicas, emocionais, educativas, entre povos, e outros. Implica sempre a cumplicidade entre quem inicia o processo e quem recebe, promovendo a troca, o equilíbrio e o alargar do horizonte de acção.
No início de qualquer estudo científico devemos procurar afinar o entendimento dos conceitos que vamos utilizar, seja na comunicação escrita, oral ou outra. A epistemologia da comunicação pretende resolver essa potencial diversidade de entendimento do problema central. Se vamos falar de comunicação, essa responsabilidade é maior, para não correr o risco de querer dizer uma coisa e ser interpretado, precisamente, ao contrário. Aliás, escamotear este desconforto de um conhecimento divergente do outro, no processo comunicativo, pode significar o falhanço de qualquer tipo de entendimento intelectual, posteriormente levado à prática, em que tantas vezes com os mesmos factores e meios de comunicação se produz uma comunicação distinta dos e nos intervenientes.
Confesso que inicialmente me senti perdido na necessidade de justificar o plano deste trabalho. Todavia, com felicidade intelectual descobri a teia de relações justapostos destes conceitos entre si.
Qual a diferença essencial entre uma comunicação entrópica e uma comunicação redundante? Verifiquemos estes simples exemplos de sequência matemática:
1,2,3,4, … – é fácil de perceber que o número seguinte será o 5 e por isso estamos perante um padrão simples.
2, 4, 6, 8, … - embora mais imprevisível, percebemos que na sequência de pares de dois em dois o número seguinte é 10. Verifiquemos agora:
2, 4, 8, 10, 14, … - temos um padrão mais complexo de comunicação. Numa análise mais atenta, verificamos que primeiro contamos dois e depois quatro. Então o número seguinte será 16. Verifiquemos por fim:
1, 5, 12, 59, 127, 382, 895, 1302, 2009, …. Um padrão totalmente complexo. Embora seja uma sequência aleatória, provavelmente corresponde a um padrão determinado pelo meu inconsciente, que a dado momento se pode repetir.
Numa tentativa de transferir este exemplo para os conceitos acima referidos, verificamos que o primeiro exemplo, 1234… corresponde a um padrão simples de comunicação. Estamos em presença do modelo redundante, com uma comunicação simples, cíclica, repetitiva e mais universalmente aceite. Todavia, desprovida de menor informação, menos trabalhada. O maior ruído provem da sua menor variedade, onde a barreira cultural a pode tornar imperceptível, devido à sua simplicidade. A sua característica fundamental é a apresentação ordenada.
No último exemplo apresentado temos o oposto. O padrão mais complexo representa o tipo de comunicação entrópico, aparentemente desorganizado, mas mais carregado de conteúdos informativos e diversos, promovendo a variedade como característica principal. O ruído objectivo é um perigo real, pois o corte do acompanhamento sequencial pode provocar o corte comunicativo. Do mesmo modo, a subjectividade impregnada na variedade informativa pode constituir outro ruído, culminando numa compreensão diferente que o emissor desejaria para o receptor, e vice versa.
Em forma de conclusão, verifico que as apreensões destes conceitos são fundamentais para iniciarmos um trabalho académico na área da comunicação. Saber descodificar rapidamente o tipo de comunicação que estabelecemos, irá reduzir o espaço de confusão sintáctico e semântico do nosso trabalho de investigação. Identificar rapidamente o problema é meio caminho andado para iniciarmos a pesquisa que visa criar possibilidades de solução. Da mesma forma, são fundamentais para a nossa discussão ser frutuosa, sem medos de radicalismos ou pessoalizações desproporcionadas ao espaço de acção da nossa razão.
Fontes consultadas:
ANDRADE de OLIVEIRA, Ivan Carlo. Teorias da Comunicação. In Vbooks02@terra.com.br
REGO, Liliane Cristina. Teoria da comunicação. In http://www.univ-ab.pt/~bidarra/hyperscapes/video-grafias-319.htm
HERAS, Jorge Xifras. A Informação Cotidiana. In http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/teoriaseconceitos/0014.htm
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